Friday, July 18, 2008

Unilateral Agreement

Ja li muito, ouvi historia; perguntei, anotei, tive ideias, as minhas interpretacoes sobre o mesmo tema – o amor.

Shakespeare disse que “jornadas acabam quando amantes se encontram”... Que pensamento extraordinario!

Sou alguem que acredita no amor.

Acredito no amor mais do que um ser humano mediano, mais do que uma pessoa “normal” deveria.

Constantemente sou pega de surpresa com o poder desse sentimento – fazer nossas vidas brilharem, mudar o rumo, trazer vida onde havia apenas escuridao.

Bom, tambem dizem que Shakespeare criou a frase “O amor eh cego!”. Eu, numa contradicao horrenda, acredito com todas as minhas forcas nisso.

Por algo um tanto quanto inexplicavel, o amor cresce para alguns enquanto que para outros, o amor eh simplesmente perdido, some do mapa, nao aparece.

Obviamente nada que nao possa ser recuperado, nem que seja por uma noite apenas... E ai, ha outro tipo de amor: um amor cruel. Aquele amor que acaba matando quase todas as suas vitimas, o amor platonico.

E sobre este, garanto, eu posso falar.

A maioria das historias de amor sao sobre pessoas que se apaixonaram e viveram felizes para sempre.

Mas e o resto?
E as historias daqueles que se apaixonaram por alguem e o sentimento nao foi reciproco?
Aqueles que sao vitimas de um affair unilateral, um amor que nao recebe de volta, se esforca a toa...

Dentre todas as categorias de amantes, estes sao os amaldicoados.

Sao os nao-amados, os que andam por ai com uma ferida exposta – e como doi!!! – um vazio, perguntas sem respostas, desejos sem remedio.
Os aleijados sem a vantagem do lugar garantido no estacionamento do shopping.

Acredite: ha muitos individuos como estes por ai!

Posso garantir que ja vivi e conheco muitos que ja viveram o infortunio de se apaixonarem por alguem, dedicarem anos de suas vidas, esperando, esperando... em vao.
Os piores anos, aniversarios, as piores festas de Natal, de Reveillon.

Os dias mais frios, escuros e sombrios.

E tudo porque a maldicao do amor, um amor errado, fora de hora, perdido no tempo e no espaco, caiu sobre eles.

Ai meu Deus, e eh so sentir aquela presenca, ve-lo caminhar, chegando cada vez mais perto... coracao a mil, pesado!
Garganta seca! Simplesmente nao engole a saliva pois nao ha saliva!
Todos aqueles sintomas, muito comuns aos amantes unilaterais, se eh que voce me entende...

Eu entendo quem se sente tao pequeno, tao insignificante – chegando quase ao humanamente impossivel!

E entendo tambem como isso pode fazer com que uma dor forte, fininha, apareca em lugares que voce nem sabia que existiam no seu corpo.

Nao importa quantos novos pares de sapatos voce compre ou cortes de cabelo voce faca.
Nao importa se voce perdeu 30kgs, ou quantos copos de Merlot voce bebeu com as suas amigas...
Voce vai chegar em casa e ir para cama pensando em cada detalhe – “por que nao deu certo? O que ficou mal-entendido? Por que? Por que?” – e como voce, inocentemente, pensava ser uma pessoa feliz.

E as vezes voce vai ate se convencer de que ele(a) vai voltar, perceber que errou e, como num filme ou final de Sex & The City, voces, subitamente, se encontrarao e todos os problemas desaparecerao e so o amor prevalecera.

Mas, nao...
Cabera a VOCE buscar a mudanca.

Ate o dia em que voce mudara o rumo de sua vida, encontrara pessoas que a(o) facam acreditar que tudo vale a pena, que o amor – bilateral, dessa vez, por favor! – existe sim e que aquele feitico, maldicao, seja la o que for, expirou!

E, finalmente, todos os pedacinhos da sua alma farao as pazes, o seu coracao ganhara cor e calor e voce, ninguem mais, so voce, vira a tona.

Ps: Como fazer com que os pedacinhos da sua alma facam as pazes? Olha, isso eh historia p’ra outro post... ;-)

2 comments:

Pedro Vasconcellos said...

Muito bonito o texto patricia, parabens!
Vou ficar esperando o proximo post sobre os pedacinhos :)
bjs e continue escrevendo, sempre.

Anonymous said...

ler todo o blog, muito bom