Wednesday, July 06, 2005

historinha...

“Naquele dia, o da despedida, parecia que tudo ia acabar ali mesmo, sem remorso, sem saudade, sem volta. Você me deu o último beijo, me abraçou e me disse “eu te amo”. Eu também disse isso p’ra você. Achei que tudo ia acabar ali, sem mais novelas, sem mais nada.

Saudade? É pouco p’ra definir a falta que você me fez. E que me faz.

Naquele tempo tudo era muito novo. Eu e você também.

Jovens, período maravilhosamente repleto de alegrias, descobertas, desafios e momentos únicos. Tentador, não?

Não me julgue mais pelo que fui. Hoje você não me conhece. Não mais. Não sabe dos meus horários, minhas vontades, meu coração, minha fé e meus sonhos.

Eu cresci, você também. Somos adultos, entendemos mais os "porquês" da vida e sabemos que não é tão fácil ser feliz como imaginamos um dia, brincando de casinha.

"De volta p'ra você, de volta p'ra mim...", pensamentos tão recorrentes. Tentei me afastar, tentei fugir, mas já era tarde demais, too late.

Da nossa despedida guardo o calor do seu corpo sobre o meu.
Do nosso amor, guardo seu olhar e seu puro coração. Eles me acompanham aonde quer que eu vá na intenção de, quem sabe, um dia, aparecerem na minha frente de novo.

Hoje me guardo inteira p’ra você. São quase 23 anos à espera do meu amor, à espera do SEU amor. Se for preciso, me guardo mais 23 e por aí vai. Não tenho pressa.

Quando vier, que venha inteiro, que venha só meu, sempre e p’ra sempre. Se não for p'ra ser assim, não te quero não! Calma, não que eu não goste, ame, deseje! Muito pelo contrário! Só não te quero arrependido, triste ou sem brilho nos olhos!

Quero o melhor, só o melhor p'ra você, mesmo que isso implique em distância, em destinos opostos ou toques e carinhos inexistentes. Quero você feliz. Só isso.

Viaja sim, conhece gente, vive o mundo, mas lembra que estou aqui, que eu existo, não tem como negar.

Sou sua, toda sua, inteirinha e louca por ti. Sempre.”

Ai, ai... (suspiros!)

Que estranho o amor! Existe sim e não é simples! Esquenta e nos torna radicais. Muda comportamento, pensamentos, jeito de vestir, religião, hábito alimentar, gosto por música...

Contar história é uma mania minha. Essa história, historinha conhecida, parece até clichê barato, filme preto e branco, música brega. O final? Não se sabe. Ainda. Nem eu, nem você.

Mas é linda, linda, linda, não é?

Bom, dela só se sabe que fez doer, que ainda existe e que, se acaba, leva junto um ideal de sonho e felicidade... só resta buscar outro.

obs: semana passada, devorei em menos de 2 dias um livro que me inspirou, me fez suspirar e me fez escrever historinhas. "Vida de Gato" é o nome dele, recomendação da Mari. Amiga, obrigada, amei.

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