Monday, September 05, 2005

- ajuntamento que é pura distância -

A semana passou e veio o final de semana, a sexta-feira cool, o tão sonhado sábado e o melancólico domingo... resumindo, “bombei”.

Depois de ter vivido um final de semana cheio, daqueles que o dia tem muitas horas e a noite não acaba nunca, tive alguns sinais de que estou cansando de tanto ir de lá p’ra cá e de cá p’ra lá, como diz um amigo meu “como se não houvesse amanhã”, sem rumo algum.

Sempre fui muito quietinha e, desde que terminei meu último namoro, comecei a sair demais, de não ver a noite da janela do meu quarto, de não deitar antes do primeiro raio de sol sair, de perde o início do dia na praia por estar morgada na cama, numa intensidade que até agora não acredito que consegui.

Nesse domingo, já voltando p’ra casa – leia-se “lá p’ras 6 a.m.”, parei p’ra pensar: “será que isso tudo vale?”.

Parece coincidência, mas sei que não é: quando acordei, fui ler o jornal e me deparei com uma descrição da tal “night” que tanto me cansa que fiquei pasma com sua perfeição:

Não tenho nada a ver com boate, com o som alto impedindo a voz, com a sensualidade comprada em shopping, com o ajuntamento que é pura distância, as horas mortas desgastando o rosto, a falsa alegria dos ausentes de si mesmos.”

Não é perfeita?

Boate, night, enfim, tudo isso coube direitinho na descrição.

Na night do fds que passou vi rostos desgastados cobertos por quilos de maquiagem, pessoas que apesar de perto, estavam mais distantes umas das outras do que a lua do mar, pseudo-sensualidades embaladas por músicas que passam longe do amor, risadas e euforia vindas de dentro de um copo e energia que se compra no bar, na tal latinha azul.

Tenho 22 anos, semana que vem faço 23. Posso resumir meu conceito de felicidade à minha família, meus lindos amigos, às músicas que me tocam, às paixões que persigo, às perguntas ainda sem respostas, às respostas que só me fazem perguntar mais, à constante perseguição do que ainda não sei bem o que é, ao meu diário encontro comigo mesma, às pessoas novas e interessantes que descubro a cada dia, à compreensão do meu corpo.

Hoje, sinto e ouço muito mais do que todo o resto.

Não quero estrear a nova idade cansada... Só se for cansada de vida, de estar acordada, de ver o sol, de cair no mar, sentir ventinho e cheiro de maresia do meu quarto, de rir com as amigas, de buscar o beijo perfeito, o toque essencial, a voz que arrepia.

Prometo que vou buscar isso.

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