Tuesday, September 27, 2005

um dia sete.

Em julho eu escrevi uma “Historinha...”.

Hoje vou publicar mais uma, escrevi num domingo, final do dia, depois de semanas, digamos, “intensamente vividas”.

Bom, senta que lá vem história!

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

“Era um dia meio cinza, nem sábado, nem domingo, um dia esquisito, daqueles que dá saudade até em quem não tem de quem sentir saudade de ninguém.

Ela acordou, leu o jornal. Tomou um banho e se arrumou toda. Estava simples, mas bonita, transmitindo uma imagem de quem, na verdade, escondia um estilo “simples” porém arquitetado nos mínimos detalhes.

Ele não gostava de muito frufru não e ela adoraaaava ele.

Para o momento do encontro, ela esperava o de sempre: um abraço, dois beijinhos e a eterna sustentação de um ar falso de quem não dava a mínima bola p’ra ele. Desde aquele mês de fevereiro havia sido assim.

E ela chegou e sorriu para todos e conversou muito: assuntos sérios, no maior clima de “mas como você está com tudo isso?” até risadas altas e gostosas de piadinhas bobas e leves.

Olhava para a porta de 1 em 1 minuto. Ele poderia chegar a qualquer momento. “Que saudades!”, pensava ela, guardando para si uma dorzinha fina e controlando-se para não falar nem fazer nada que pudesse ser considerado exagero.

Não demorou muito e ele adentrou a sala. O coração dela batia mais forte do que o normal, as mãos tremiam, a boca secou.
Olhares das amigas acompanhavam cada reação tão minuciosamente como um médico acompanha o exame de um paciente.
Olhares que podiam ser interpretados como frases, conversas inteiras!!!
Sintonia, coisa de mulher mesmo...

Finalmente ele foi falar com ela: “Oi, tudo bem?”. Que safado! Essa perguntinha simples que ele fazia sempre que a encontrava, tinha O poder de derreter o coração dela, fazer o mundo ao redor parar e fixar o olhar e as vontades dela somente nele, como numa cena de Matrix! Será que ele percebia tudo isso? Aquela voz ecoando na mente, olhos no olhos e o primeiro contato até a estabilização dos batimentos dela eram praticamente tão demorados e intensos quanto o sentimento como um todo.

Por que era tão intenso se, na verdade, não passava de um “nada”??? Sim, já havia sido algo muito forte, mas naquele dia, nada não era mais nada, a não ser um sentimento velado, escondidinho lá no fundo do peito, no "Old Datas" do coração.

E durante a noite toda, ela olhou p’ra ele como se fosse a última vez, como se não fosse mais saber o que é esperá-lo entrar pela porta, como se não fosse mais ouvir aquela sua risada engraçada.

Suspiros? Muitos! Uma vida inteira deles!

Depois de muito dançar, muito conversar e de algumas tacinhas, ela estava pronta para ir falar com ele. Respirou fundo. “Coragem, mulher!”, dizia-se para si mesma.

E lá se foi.
Sentaram juntos, ousadia dela. O calor subia o corpo e as mãos tremiam. Conversas sobre assuntos diversos, porém sempre com um tom malicioso, um ar diferente.

Ambos sabiam que não era fácil estar tão perto. Isso era visível. Uma pele parecia clamar pela outra, os olhos fixados nos lábios do outro, quase incontroláveis. Força, quanta força faziam... mas, que perda de tempo!

Após conversas e muitas risadas, um desafio, num tom quase infantil, foi lançado!

Ela não acreditava na proposta dele e ele não acreditava que ela iria ter coragem dessa vez.

Ele saiu, estava do lado de fora, indo embora, rindo do que falara.

Ela respirou, tomou coragem e apareceu com um risinho de quem quer “aprontar”.

Olharam-se. Riram como se não acreditassem que aquilo estivesse acontecendo.

E ela, sorrindo, porém derretendo por dentro disse: “Viu? eu não disse que viria?

E lá foram eles, para aquele pomar imenso,
repleto de nada,
onde simplesmente
TUDO
poderia acontecer!”

Bom, é isso... ai, ai...

Ah! O final da história!?? Eu não sei, não quero pensar nisso agora.

Not now.

No comments: