Em homenagem à minha irmã que entrou recentemente “p’ro clube”, reedito um post antigo.
Com direito a alguns “updates” afinal, percepções mudam, sem trégua, de maneira natural, todo o tempo...
- - - -
Estou solteira pela primeira vez em alguns anos.
Estou feliz, de verdade, e de coração aberto.
Sinto que estou muito mais observadora do que costumo ser. Depois de um período de agitação mais do que frenética, sinto que entrei num túnel de tranquilidade, de paz interior mesmo.
Estou observando muito o comportamento das pessoas a minha volta, talvez por querer entender melhor o ser humano, talvez por querer sempre absorver as coisas boas que elas têm para me passar.
Uma coisa que continua me chamando atenção é a tendência que os "solteiros" têm de se retrair e guardar o seu próprio coração a sete chaves, protegido por uma muralha maior do que a da China.
Por que é tão difícil acreditar num amor puro e simples, sem “pés-atrás” ou coisas do genero?
Em nossas fantasias românticas, podemos até achar que estamos curtindo muito ao irmos p'ra night com aquela roupa, aquele cabelo, aquele ar de "Tô podendo sim!" ou seduzindo, nos mostrando "available" demais, mas na verdade estamos apenas na defensiva, isso tudo é medo de ser de alguém de novo.
Medo da tal “chama” que só é eterna enquanto acesa e que sim, querendo ou não, vai apagar um dia...
Esquecemos que vale a pena mergulhar nesse sentimento que dá substância à vida, sem ficarmos presos ao passado. Muitas vezes nos mantemos distantes da pessoa que amamos de verdade, esperando que ela conquiste nosso amor pela primeira vez, segunda, terceira ou p'ra sempre.
Esquecemos que é para que o universo conspire por nós precisamos dar amor e não apenas recebê-lo. Nos abrir, corações e mentes positivas, limpas de traumas ou passado.
É sempre bom lembrar que o amor é um sentimento de mão dupla, essencialmente baseado na troca de afeto, carinho e compreensão. Acho que se você se sente só, briga com a solidão e tenta desvendar as artimanhas que levam ao amor mágico, inconsequente, insuportável e incansável, a primeira coisa a fazer é um questionamento.
Eu fiz isso.
Olhar p'ra dentro: será que você deposita muitas expectativas sobre esse "amor ideal" e assim aumenta suas exigências a ponto do resultado quase sempre ser desilusão?
(Eu sou muito assim, por isso pergunto... Sempre acho que aquele cara vai ser "o" cara que vai mudar a minha vida p’ra eu não querer nem lembrar de como era antes...)
Acho que para que um verdadeiro amor nasça – e sobreviva! – é fundamental cultivar a aceitação do outro e se dispor a experimentar conflitos.
Quem que nunca passou por um impasse típico de casal?
Bom, creio que o importante é não ter a pretensão de usar paradigmas do que é certo ou errado, bom ou ruim. O que vale para um pode não valer para os dois... Aprendi isso depois de muuuuuito tempo, muitos impasses, muitos “don’t travel South” (piadinha interna, sorry!)...
E o que fazer para ser inteiro, verdadeiro, "everlasting"?
Para nos abrirmos ao amor sem querer que o outro compense nossas frustrações ou nosso vazio interno, primeiro devemos aprender a amar a nós mesmos.
Para nos abrirmos ao amor sem querer que o outro compense nossas frustrações ou nosso vazio interno, primeiro devemos aprender a amar a nós mesmos.
Parece um clichê barato, mas é a pura verdade.
Com base em uma fundação forte de amor próprio, surge uma disposição natural de amar os outros sem cobranças e expectativas.
Nós, mulheres, tendemos a ser "piores" nessa questão de auto-estima: por mais que a sociedade evolua e diga que descartou certos preconceitos ultrapassados, ainda somos condicionadas a querer um alguém "mais" do que nós – mais velho, mais inteligente, mais alto, mais bem-sucedido, mais imponente no contexto geral.
Os caminhos do amor podem ser tortuosos, indecifráveis, cheios de mistérios e brumas de Avalon, mas vale muito a pena aceitar o desafio e seguir. É só uma questão de nos despirmos de nossas crenças e valores arraigados, nos despir da rigidez, do conservadorismo e da teimosia.
Não tenha medo de amar, mesmo que isso remeta a um sofrimento do passado, pois só um novo – e verdadeiro! – amor cura as feridas do velho amor.
(Isso é mais certo que feijão+arroz, futebol+gol, chiclete+banana, homem+mulher, yin+yang!)
(Isso é mais certo que feijão+arroz, futebol+gol, chiclete+banana, homem+mulher, yin+yang!)
OBS: o título desta reedição fica por conta de uma música do Seal que eu amo. Vale a pena ouvir!
No comments:
Post a Comment