Friday, November 25, 2005

pensamento em pílulas... I

Bom, hoje, depois de uma sequência de viagens que parecia - parecia!!! - interminável, posso descansar... não que tenha acabado de vez, mas acho que agora vou ter um tempinho "ancorada" por aqui...

É, tô voando demais mesmo... Logo eu, que tenho um medinho confesso de avião: não gosto, acho chato, demorado, enfim, nem as comidinhas me divertem mais. Com isso, para relaxar e tentar fazer com que o tempo passe, eu compro zilhões de Elles, Vogues disso e daquilo, levo livros, faço palavra-cruzada e tudo mais que possa prender a minha atenção. Até escrever, eu escrevo!

A bola da vez foi um livro que ganhei de uma tia muito querida, a Lúcia, chamado "A terceira mulher".
O título pode fazer com que o livro pareça meio chatinho à princípio, mas na verdade é um livro interessante que fala sobre a mulher e sua inserção social ao longo dos tempos. Fala sobre uma tal "convergência unissex" onde homens e mulheres se equalizam e dividem, com toda pompa e circunstância, os mais diversos papéis. Óbvio que muito homem por aí deve achar isso bullshit, ainda mais o homem brasileiro, uma vez que esse fora criado para ser o "macho da casa", mas isso já é tema p'ra outro post.

Quero escrever sobre uma percepção que tive conforme fui lendo o livro e mais a tal série de Elles/ Vogues/ In Style no que diz respeito à "beleza" e sua - se é que poderei chamar assim - "evolução".

Hoje somos bombardeadas por "Compre"/ "Use"/ "Tenha": cremes para área dos olhos, cremes para o cabelo, maquiagem disso e daquilo, tratamentos de milhares de dinheirinhos, moda estilo "Balnéario", moda estilo "Urban", liftings, enfim, um saco... nada é de verdade, tudo é "comprável"... é um "saco" sim, mas todas compram, usam e têm.

Cheguei à seguinte conclusão: não é que ser clean, ter cabelos simples - quando na verdade perdemos horas para ficar com aquele visual- ou possuir, a todo custo, uma pele de bebê que está na moda; o que está na moda é ter vinte e poucos anos, ora!

Mesmo após décadas de lutas por igualdade, libertação de paradigmas, salários equivalentes e tudo mais, as mulheres ainda continuam escravas de espelhos, centímetros e críticas inpiedosas e, muitas vezes, desnecessárias.
Tentam conseguir manter-se magras e jovens por todo o sempre, como se suas vivências fossem menos importantes do que o reflexo do tempo, do que um amadurecimento saudável e uma estampa de quem simplesmente viveu.

Não adianta nada estarmos evoluindo por dentro se, por fora, ainda temos obrigações fúteis de quem parou no tempo. Mas, que besteira isso! Acho sim que o estado de espírito vai refletir quem somos por dentro, independente de termos ou não os tais vinte e poucos anos.

Posso estar pensando desta forma agora por me encaixar na faixa etária desejada por muitas, mas acho que vou preferir uma ruga no cantinho dos olhos a passar horas dentro de um consultório sofrendo e, o pior, pagando muito por isso! Vou preferir ter impressa a ruga de quem muito sorriu a não ter nada, como se fosse mais uma p'ra coleção do Madame Tussaud's...

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