Thursday, November 17, 2005

Ser solteiro é bom, mas...

Numa dessas revistas femininas, em meio às matérias sobre maquiagem e outfits, encontrei um texto que me fez parar p’ra pensar. Pode ser um tema recorrente, assunto até chato p’ra muitos, mas a questão é que enquanto homens e mulheres existirem, esse assunto vai ser discutido: um relacionamento a dois pode ser duradouro? Vale a pena trocar sua liberdade por essa vida?

Pode chamar como quiser: de amor a rolo, de tico-tico no fubá ou amizade colorida à paixão avassaladora, não importa. Quando duas pessoas se conhecem sempre surgem as perguntas, esperanças – “será que é agora?” – dúvidas, inseguranças, friozinhos na barriga a cada encontro. Tudo que é novo traz, no mínimo, curiosidade, certo?

Ir jantar, curtir um cineminha, um DVD em casa com direito a edredom, tudo isso é ótimo. Saber transformar um dia comum num dia mais do que especial é tudo que desejamos, isso sim é encontrar parceria nessa vida! Mas, por que então não é sempre assim?

Vejo que muitas vezes acabamos deixando de lado grandes oportunidades por não nos encontrarmos num momento propício, por não querermos assumir compromissos, por não conseguirmos de jeito algum acreditar que aquele é o cara, aquela é a garota. Não conseguimos conciliar vida profissional com pessoal, inventamos desculpas, saimos com pessoas que, como diria Martha Medeiros, são desabitadas, preferimos estar com amigos, ir às festinhas da moda e, sem querer querendo mesmo, nos acostumamos com essa vida de solteiro. Não que eu a ache ruim, afinal, tudo nessa vida tem seu lado positivo, mas tô achando que há limites!

Não dá p’ra negar que, por algum tempo, é muito bom ser só, all by yourself. Cair na farra, praia com amigos sem pressa, gente nova a cada final de semana sem ter que dar um tiquinho de satisfação, putz, isso é coisa dos deuses!

Nessa fase leve e solta, você faz de tudo. Viaja sem planejar em cima da hora mesmo, se joga no colo de pessoas que também não buscam compromissos. Não adianta ninguém querer firmar algo mais sério, você quer mesmo é curtir, tá fechado p’ra balanço e “ai!” de quem não compreender isso. Nem música de amor, nem poema apaixonado, não, nada o comove, nem derrete essa idéia do seu coração lacrado, on vacation, come back next year. Trancamos as portas p’ra evitar invasões bárbaras, longo prazo não é visão comum e praticamos somente o agora, sem pensar em futuro, até que...

Até que conhecemos aquele(a) que, por acidente, nos faz cair na real, derrete nosso coração, quebra o paradigma, trás à tona uma enxurrada de sentimentos deliciosamente bobocas e acalma a inquietude que nos fazia sair todo dia, buscar nas boates, ajuntamentos de corpos mais do que distantes, olhares que pudessem mudar o destino e bocas que lacrassem na nossa como se fossem ser as últimas a fazer isso.

Você começa a ver que namorar, ter um alguém p’ra dividir a vida é estimulante sim e pode ser diferente a cada dia, depende de você. Cada etapa gera um valor: trocas de olhares, conversas a dois, descobertas da vida alheia, vontade de pegar e não largar nunca mais, de morder, de...
Quando há reciprocidade, não há porque não nos entregarmos aos sentimentos e inventar formas de conquistar cada vez mais o nosso amor. Por que não fazer de cada dia uma festinha a dois, evento único?

Desse texto escrito por um homem – Pasmem! Um homem me inspirou a escrever sobre namorar! - captei nas entrelinhas o que sempre tomei como verdade na vida: não tem porque não querer ficar junto se sentimos que bateu, que combinou, que, como dizem, teve química. Pode ser só por hoje, pode ser efêmero, mas por quê não deixar simplesmente ser?

Quando estou junto com alguém não passa pela minha cabeça querer trair ou machucar seja lá de qual forma o meu amor. Estaria machucando a mim mesma. Há muita coisa a aprender com um outro, podemos até nos espelhar nas relações de sucesso que conhecemos e admiramos mas, acima de tudo, devemos buscar a felicidade, o entendimento e ir contra à tal rotina. Para o namoro valer a pena, creio que seja preciso receber e dar apoio, entender as manias, saber que ninguém é posse de ninguém e sim, apenas bons companheiros ao longo da jornada: de festas mega badaladas a passeios tranquilos pelo Jardim Botânico, de papos-cabeça sérios à horas de papo p’ro ar, falando besteira e rindo do mundo todo.

Viver a realidade com um objetivo comum, ser seguro, acreditar em quem está do nosso lado, confiar. Confiança se constrói com conversa. Muita! Aprendi isso com o tempo, com as pessoas.

Por tudo que pensei ao ler o tal texto, acho que deu p’ra perceber qual o final da frase que escolhi p’ra o título desse post, não é?

Não me arrependo de ter namorado tanto, vivido a dois com quem vivi e não me arrependo nem um pouco de ter trocado meus dias e noites (e que noites!) de solteira pela emoção de estar apaixonada.

A vida de solteira é nota mil, fantástica e divertidíssima, mas euforia maior do que essa sei que não se alcança sozinho e, por isso, apesar até de achar que já o encontrei, continuo procurando a pessoa ideal, especial por dentro e por fora, que me faça ser dele e só dele, hoje e sempre. Que faça valer cada silêncio, cada toque, cada “bom dia!”.

Acredito no amor p’ra sempre, no dividir a cama com perfeição, acredito no “até que a morte os separe”, nas juras que saem das bocas quando amamos, no sonho delicado de ser de alguém. Mas, acredito mais ainda que o destino nos prepara momentos e que não há porquê querer correr atrás de algo que não está p’ra acontecer por agora. Por isso, digo que vivo o hoje e quanto ao amanhã... bom, amanhã é amanhã.

1 comment:

Anonymous said...

Pat,
A cada dia melhor hein!?
Muito muito bom!
Parabéns!
Bjs!