Monday, January 09, 2006

Uma sóbria numa rave

(Antes que alguém venha me cobrar royalties, sim, o título é um plágio a um texto dos meninos dos Tribuneiros que, aliás, recomendo a leitura. Bom demais!)

Fui numa rave no sábado. Na verdade não foi rave de verdade, mas ia ficar ridículo se eu escrevesse “festa-de-música-eletrônica” no título.

Bom, o fato é que assisti ao show, interessante, dancei bastante e me diverti, não fosse a deprimente constatação que cheguei no final do evento: a minha geração é muito, muito fraca.

Vou explicar...

O cara é o melhor DJ do mundo – ao menos, foi o disseram quando comprei o ingresso. O lugar, mais lindo impossível: a Marina da Glória >> Que vista, que lua!

As pessoas foram assistir um show, dançar, quem sabe até, dar uns beijos. Tranquilo até agora, não? Aí é que tá... tranquilo demais! Não basta estar com amigos, não basta a música ser muito boa, não basta o nosso Rio de Janeiro no verão... numa boa, quem disser que a gente não teve sorte por ter nascido aqui é louco!

O que vi foi uma galera tão addicted, daquelas que precisa de um bando de bolinhas, coisa que abomino, p’ra dançar mais, aproveitar mais, sentir mais... Credo! P’ra quê isso?! O que vi de gente pulando sem parar, dançando sem parar, cheirando Vick-Vaporub sem parar... Coitados, seus corações vão parar tão cedo...

Não tô rogando praga, querendo ser macabra, jogando maldição, enfim, o ponto é que não vejo porque precisar disso p’ra ser feliz! P’ra quê tanto vício? Porque eu, desculpem-me os mais modernos, só entendo isso como um vício. A pessoa nunca deve ter curtido uma noite sem uma bolinha daquelas, não é possível... é tão bom voltar p’ra casa “limpa”, sem dor de cabeça, sem enjoo, sem nada, somente feliz por ter vivido aqueles momentos...

Enfim, não quero dar uma de “U-hu, sou a mais certinha do mundo”, não é isso.

Só não quero acabar com a minha vida, única e preciosa, p’ra endoidar numa noite e depois voltar p’ra casa quase “parindo um besouro”, como diria a Fau, com gosto ruim na boa, um vazio no peito. Tô fora.

Tanta coisa boa p’ra se viciar: praia, beijo na boca, fazer o bem, chocolate! P’ra que vou querer um treco que me dá palpitação, leva a pobre da pressão arterial lá nas cucuias, resseca minha boca, dilata as pupilas, muda meu humor!? Iiiih... tô forassa...

3 comments:

Anonymous said...

Concordo com vc. Não há justificativa para o uso dessas bolinhas abomináveis e/ou qualquer "produto" que proporcione efeitos semelhantes. É deprimente ver jovens saudáveis acabando com a saúde para "entrar na moda"...pq a maioria é realmente p/ mostrar que bota p/ fu (desculpe o termo). A felicidade está nas coisas mais simples da vida e talvez mto mais fáceis de se conseguir. Mais baratas. Que são um barato. Uma salva de palmas p/ vc, texto show de bola!
...direto da bahia!
Beijinhos

Anonymous said...

!!!!

Anonymous said...

Nossa tb tô forassaaaa dessas coisas!
Esssa nossa geração realmente é mto fraca! Pessoas cada vez mais superficiais q precisam de artifícios pra ser feliz!
Ser feliz é tão simples...
Pra q complicar, pra q se drogar...????
É deprimente saber q alg só sabe se divertir se tiver tomado "bala", cheirado lança, ou seja lá o q for...
Excelente texto! Prarabéns!
Bju