Thursday, October 14, 2004

corre, corre...

comecei a correr.
tô ultra-dolorida, com sono - afinal, tô acordando às 6h30 todo dia - e com fome... mas, vale a pena.

corro na praia, um lugar inspirador. penso em mil coisas, na vida, no que eu tenho que fazer quando chegar em casa, enfim, mil coisas.

hoje aconteceu uma coisa que realmente me chocou.

em plena avenida sernambetiba, dois moradores de rua, estavam sentados atrás de um quiosque do calçadão... até aqui, ok, em copa também tem, em ipanema também e idem para o leblon. (são conrado eu nem vou comentar porque não considero "aquilo" uma praia. eca.)

bom, enquato corria, eu vi ambos os mendigos de longe, estava chovendo, eles estavam à procura de um "abrigo", se encolhendo embaixo do telhadinho amarelo.

nessa hora, avistei um carro da polícia com 2 policiais parando em frente ao quiosque. nada bom, concorda? bem, os sujeitinhos saltaram do carro com a arma em punho (!) e, apontado-as para os mendigos, começam a questioná-los sobre o que eles faziam ali.

Observações:

1. Qual a necessidade da arma em mãos, apontada p'ra aquelas pobres almas?
2. O que eles queriam com os mendigos? Ajudá-los? DUVIDO.
3. Por que eles não fazem isso quando, na Sernambetiba, aparecem aquelas "meninas" que ganham-a-vida-daquele-jeito-que-nós-sabemos? Engraçado...

enfim... nisso, eu fui me aproximando e, ao ver as armas, reduzi a velocidade, afinal, aquele treco assuta. vai que um dos malucos começa a atirar?

de qualquer forma, aquilo me irritou muito, me indignou e fui logo pedindo para eles abaixarem aquilo que eu só queria passar em paz... eu, entre os mendigos e os policiais, em plena manhã chuvosa... ninguém merece.

os policiais, extremamente mal preparados - se duvidar, os mendigos eram mais educados do que eles! - foram dizendo "passa, passa!"... ou seja, eu, na frente da minha casa, recebendo "ordem" daqueles monstrengos horrorosos... eca. again.

olha, a conclusão que eu chego é que estamos f...

que rio de janeiro é esse? isso é uma cidade maravilhosa? não, não mesmo... isso é uma cidade destruída, pobre, miserável. e olha que não digo miserável apenas em bens, infra-estrautura, viu? tô falando sobre espírito, paz e amor ao próximo. na na ni na não, isso não existe mais aqui.

depois dessa cena, fui pra casa pensando no que será o rio daqui há uns 10 anos... será que vai dar p'ra eu ter meus filhos aqui? acho difícil...

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